quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Arte.

Samba, um som, uma arte, uma história. O que seria do Brasil sem o samba? No caso, quero dizer o samba de raiz, o samba da Bahia, da malandragem e não o samba da Sapucaí, mesmo achando essa intervenção uma das mais belas do mundo. O que é o samba de raiz? Acho que é o moleque do Brasil. Toda aquela aflição e dúvida do que fazer, do que ser, a quem seguir e principalmente, a incerteza de que estará vivo amanhã. Sendo essas dúvidas freqüentes no cotidiano de várias classes sociais. Desse jeito já quebramos um “preconceito” contra esse estilo: samba não é só de pobre. Preconceito um. Qual banda é a voz? Essa com certeza é de opinião e para mim, Novos Baianos. Uma banda perdida no tempo e muito desconhecida para minha geração, mas vos digo, é um encanto. Todos já ouviram, mas não sabem quem são. Se minha mãe de 53 anos mal sabia, dificilmente um ser de quinze anos vai saber. Nessa idade, gostos se variam, se influenciam e se mudam. Se vários jovens ouvissem tenho certeza que muitos não prestariam atenção na música, na quantidade de instrumentos utilizados e uma grande parcela não iria gostar. Outro preconceito: todo brasileiro ama samba. Preconceito dois. Mentira! São poucos e bons, sendo essa a imagem passada pela mídia totalmente errada! Realmente esse poderia ser uma das características do Brasil. Mas não a única, preconceito três: samba e Brasil não são palavras sinônimas. Só em quesito música encontramos MPB, axé, sertanejo, pagode, entre outros. E então o que temos de mais? Temos letras que mostram a realidade, letras que fazem-nos esquecer os problemas, letras que nos encantam. Vou citar umas: “Quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé. Eu nasci com o samba no samba me criei e do danado do samba nunca me separei” Dorival Caymmi, “Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. Eu fui na Penha, fui pedir ao Padroeiro para me ajudar. [...] Brasil, esquentai vossos pandeiros. Iluminai os terreiros que nós queremos sambar. Há quem sambe diferente noutras terras, noutra gente. Num batuque de matar. Batucada, Batucada, reunir nossos valores. Pastorinhas e cantores.Expressão que não tem par, ó meu Brasil” Novos Baianos. Ouvir isso em um domingo de manhã, prestes a botar toda a noite de sábado para fora, após ter levado um “não” desnecessário, ter brigado com seus pais, seus amigos, seu cachorro e até com sua avó, de descobrir que o mundo te odeia, que esse lugar não foi feito para você, é a melhor sensação que se pode ter. È perceber que por trás de tudo, existe uma razão de você estar ali e ela se chama Samba. Obrigada Novos Baianos por simplesmente existir.








Ana Marta

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